segunda-feira, 25 de outubro de 2010

EMPREGO CONVENCIONAL? O QUE OCORRE HOJE?

Por Fred Domingos


Onde estão os empregos?

- Estão indo embora!


Certamente já ouvimos isso em algum lugar. Acredito que, principalmente os mais experientes, mais vividos, ou pessoas ainda presas a alguns paradigmas, passarão o resto de suas vidas com essa dúvida.

O que ocorre é que o trabalho que elas estão sendo solicitadas a realizar encaixa-se cada dia menos no modelo que nós conhecemos como "aquele bom emprego". E porque isso?

Vivemos em um mundo cada vez mais próximo, globalizado, e que muda durante cada mal dormida noite de sono, transforma certamente um segmento do mercado no dia seguinte, por contínua e acelerada readequação da força de trabalho, seja em qualquer nível ou atividade. Partindo do princípio que precisa se processar, no mínimo, na velocidade com que essas mudanças ocorrem, para que as organizações e pessoas possam se antecipar às mudanças, sobreviver e prosperar.

Potencialmente, do ponto de vista de recursos humanos, a questão principal para qualquer organização está em reciclar e aperfeiçoar mais agilmente seu público interno como jamais fizeram antes.

Estruturas organizacionais e empregos tradicionais, com horário e local de trabalho fixos, descrição de cargo clara e relação direta e hierárquica entre chefe e empregados, estão, cada vez mais em extinção, não suprem mais as reais necessidades do Mercado Global, cada vez mais exigente e versátil. Além do surgimento do estilo "coaching" de administração, empresas do futuro terão como forte característica serem esvaziadas, o serviço público, deverá, gradativamente, seguir esse mesmo rumo; muitas que são pró-ativas já estão assumindo este novo modelo. Na prática, o que ocorre é que continua existindo muito trabalho para ser feito, exponencialmente mais do que em tempos não tão distantes, mas as necessidades são técnicas, estruturas de cargos e níveis hierárquicos desaparecerão no mesmo ritmo dessas mudanças.

O trabalho passa cada dia mais, a ser realizado pela categoria de "profissionais sem emprego" (por favor: não confunda com "desempregados"!), que estejam em condições de oferecer instantaneamente o conhecimento e habilidades necessárias, pelo tempo em que estas forem requeridas pelas organizações.

Um estudo, realizado no final de 2009 pela IBM, chegou a algumas conclusões a respeito do assunto; entre os principais pontos, os 10 (dez) empregos mais importantes em 2010 não existiam em 2004, muitos relacionados a Consultoria (Coaching e Mentoring), a cada 2 (dois) anos a maioria dos cursos de graduação sofrem mudanças significativas em sua grade curricular, ou seja, um jovem já pode considerar-se desatualizado no meio da Faculdade.

O sistema de recursos humanos das Organizações baseiam-se em um  vínculo temporário e parcial, inclui os consultores e profissionais independentes, os terceirizados e até mesmo os membros de times interfuncionais, nos quais ninguém mais têm uma função ou descrição de cargo clara e permanente. O vínculo do próximo século deverá ser com o trabalho que cada um sabe fazer, e não mais com o emprego ou com um empregador.

Ter um bom currículo, ou um longo tempo de casa, não garante mais coisa nenhuma neste mundo novo, tão dinâmico e instável. Empresas e organizações, em geral, só sobreviverão se puderem contar com os melhores recursos humanos disponíveis a cada momento, dentro de um cenário de demandas que mudam com velocidade inédita.

Deixo a reflexão sobre as organizações que só vêm mudando de maneira superficial, principalmente os setores públicos: elas ainda empregam pessoas, pagam a elas para fazer um trabalho que seu emprego exige, de forma morosa e até desqualificada, as avaliam pela performance no emprego, quando avaliam e as promovem para um novo cargo se elas forem bem sucedidas, sabe se lá por qual mérito.

O problema novo que surge agora é que ainda existem relativamente poucos recursos para a necessária reciclagem de conceitos, que profissionais e organizações precisam empreender nesta nova situação.

Existem no Brasil, ainda que em quantidade muito inferiores à Europa e Estados Unidos, alguns bons programas de apoio e treinamento para aperfeiçoamento e reciclagem de profissionais independentes e consultores.

Existirá sempre muito trabalho para aqueles que souberem entender-se como fornecedores e enxergar-se como um "produto", que oferece soluções para demandas ainda não plenamente atendidas. São os "empregados just-in-time", conforme os denomina Rifkin. Somos todos, e seremos cada vez mais, fornecedores de trabalho, com ou sem vínculo empregatício.

Gostaria de fomentar esse debate, deixem suas opiniões meus amigos.

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