A palavra Sustentabilidade tem tomado um contexto de modismo, pautando por diversas formas de se manter o meio ambiente o mais intacto possível sem esquecermos o famigerado “Progresso”, chega a ser impraticável dentro de uma lógica mediana; todavia muito é dito e defendido a respeito de sua otimização, com bases não-predatórias, mas visando a ascensão do consumismo, aproveitando, através de recursos próprios, como o material descartado que pode ser reciclado, esquecendo que para isso necessitamos de energia, e muita por sinal.
Deixo duas perguntas referentes a essa afirmativa:
Como mensuramos nossas reais necessidades atuais?
O que ensinamos as futuras gerações (nesse caso nossos filhos) sobre as suas reais necessidades?
Encontrar novas formas de se educar os futuros inquilinos do planeta, na maioria das vezes, desprovidos de informações fundamentais à qualidade de vida pessoal e coletiva, além de desafiador, transforma-se em uma batalha titânica. Para a conveniência de grande parcela da humanidade, a escola é a maior referência e responsável pela conscientização de nossas crianças.
Discordo em parte. Dentro dessa linha de pensamento, pesquisadores desenvolvem diariamente técnicas de reaproveitamento de materiais e utilização de outros menos impactantes, ao mesmo tempo, nossos professores realizam inúmeros trabalhos voltados à conscientização ambiental, estimulando as atitudes ecologicamente corretas; até mesmo o Governo assume pequena parcela de responsabilidade e busca informar a sociedade.
E nós, como pais, colaboramos com alguma coisa?
Infelizmente não, quando não alienamos nossos filhos com padrões fúteis de consumismo; achamos muito erudito falar em Sustentabilidade com os amigos, mas mudamos o discurso em nossos lares.
O trinômio da sustentabilidade, responsabilidade social, econômica e ambiental não faz parte do dia-a-dia no seio da família, pois buscamos educar nossos filhos para vencerem na vida, mesmo que outro seja explorado; que eles vivam de aparência (como nós mesmos vivemos), educação financeira é caretice; que possam consumir cada vez mais e mais, independente da necessidade de cada um.
Resumindo, fazemos tudo ao contrário, queremos deixar um mundo melhor, mas com cidadãos cada vez piores. Assim, quem precisa aprender somos nós, voltarmos aos bancos escolares ou ouvirmos mais nossos filhos; não deixaremos um mundo melhor para nossos filhos se não entregarmos filhos melhores ao mundo.
Fred Domingos