Esse é, realmente, um assunto que muitos desconhecem e outros, que tem uma vaga noção, criam mitos (negativos) como justificativa à resistência de sua implementação pois a NBR ISO 9001:2008 pode servir de metodologia para Sistemas de Gestão em qualquer organização pública ou mesmo do terceiro setor. Por organização pública entendam-se Prefeituras, Câmaras, Hospitais, Escolas e Delegacias de Polícia.
Estamos passando por grandes transformações, muitas delas se devem à globalização e o desenvolvimento de tecnologias da informação (TI) como fonte de conhecimento, abrangência holística e simultânea em todos os continentes. Uma alusão a isso é a teoria do “Efeito Borboleta” onde um fato ocorrido em uma pequena cidade da América do Sul pode gerar resultados potencializados na Europa ou Ásia.
Da mesma forma que a informação é instantânea, ações de desídia, ou mesmo atos corruptos e desmandos no serviço público, tornam as administrações devassáveis e pressionam o setor privado e sociedade em geral a questionamentos sobre suas causas e causadores.
Esse fato não ocorre apenas no Brasil, todas nações e povos estão revendo conceitos sobre a forma de lidar com gastos públicos, um exemplo bem recente é a crise na zona do Euro. É evidente que pacotes de resgate não serão eficazes se os governos não tornarem seus serviços públicos mais eficientes, isso abrange desde políticas de previdência realistas passando pela adoção de uma gestão técnica, controlada e, realmente voltada ao cidadão.
Nesse ponto a adoção de um Sistema de Gestão com a metodologia da ISO 9001 torna-se um instrumento a favor de mudanças significativas no contexto público.
Selos de Certificação dessa ou daquela norma técnica, desse ou daquele prêmio, não são primordiais. O que importa para a mudança de certas culturas perniciosas nas atividades públicas é o efetivo controle de suas atividades (Processos) que, uma vez controlados, por departamento apartado e idôneo, passarão a gerar resultados com a maturação dos Sistemas.
Outro aspecto relevante é a inserção de metodologia, amplamente difundida no setor privado, que determina ciclos de auditorias para a validação dos processos, para controle de fornecedores (nesse caso, o cidadão, um Tribunal de Contas e até mesmo o Ministério Público poderão requisitar e determinar a realização de uma auditoria na gestão de determinado órgão).
A padronização dos processos e atividades, definição de indicadores e melhoria contínua dos Sistemas são de grande importância para a sociedade, geram confiabilidade por parte de cada cidadão em relação aos serviços que lhe é devido. Em contrapartida o mapeamento dos processos, somados ao monitoramento desses indicadores, pesquisas específicas com a sociedade sobre seus anseios e reclamações e auditorias em períodos preestabelecidos servem como um painel de controle para Governantes, Contribuintes e Sociedade como um todo. Assim a imagem da repartição burocrática, lenta e ineficiente irá gradativamente entrar para os livros de história, ou estória.